Á Espera da Sara

Na pré adolescência tive uma amiga durante vários anos. A Sara era a mais popular da escola e eu mais uma barata tonta sem amor próprio. Juntas passámos alguns anos, coisas boas e más, ela nunca me deixou, andámos á boleia de Norte a Sul, fomos irreverentes e irresponsáveis de uma forma mais do que condenável nos tempos que agora correm,fomos almas gémeas, irmãs...

Um dia discutimos e separámos-nos, ela disse que eu a tinha mandado á merda. Não me lembro se o fiz ou não mas pedi-lhe desculpa e quando fiz 18 anos convidei-a para ir passar esse dia comigo a Bragança ver a "nossa" banda favorita. Fui sozinha, á boleia, com os distribuidores do jornal Correio da Manhã que era perto da minha casa.

Tenho 40 anos e em Dezembro do passado ano vi a mãe dela no posto médico, que me falou como se ainda ontem nos tivéssemos visto. Pedi-lhe para dar o meu número de telefone á Sara (escrevi-o num papel)  e pedi para ela me contactar porque nunca a esqueci e gostava que ela estivesse presente na minha vida. A Sara foi muito importante para mim e se em vez de um menino eu tivesse uma menina esse é o primeiro nome na minha lista por causa dela.

Passaram 3 meses e ainda espero pelo telefonema da Sara. 
Eu sei que ela não vai ligar mas esperava que o que se tivesse passado na nossa adolescência tivesse ficado para trás e que agora como mulheres pudéssemos encarar a vida com uma dinâmica mais adulta e sem tristezas.




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