Ensino Público VS Ensino Privado

Definitivamente não é uma decisão fácil de se tomar principalmente quando se conhece bem o privado em questão e suas garantias.

O privado tem muito que se lhe diga se nos guiar-mos pelos raitings porque tal como os maus professores são convidados a sair também os maus alunos o são e isso tem muita influência nos resultados públicos.

Uma das vantagens do privado é que os maus professores, os que obtêm maus resultados, os que entram em conflito generalizado com os pais são convidados a sair e no público isso é um processo bastante doloroso e quase impossível, portanto quando apanhas um mau professor está tudo estragado e será pior se esse professor for aquele com quem as crianças estão a construir bases.

Em ambos os casos foram analizadas situações generalizadas e não só de atrito com este ou com aquele pai e professor.

No ensino privado (que eu conheço) as salas e pavilhões desportivos estão muito bem equipados, até com laboratórios para se fazerem experiências científicas. No público, ninguém que eu conheça alguma vez falou de ter "explodido" a sala de aula.

O privado faz imensas saídas e visitas de estudo que cada vez mais escasseiam no público devido ás burocracias e quinhentas mil regras impostas pelo Ministério, pela CE e por sei lá mais quem.

Obviamente que quando estas saídas acontecem no privado os pais têm de pagar, tal como no público, mas no privado são mais caras e um extra á prestação mensal.

Mais um extra á prestação nos privados é os pais pagarem todo o material através duma "bolsa mealheiro" que é feita no início do ano. Isso também acontece no ensino público apartir de uma certa escolaridade e nem em todas as escolas.

Na minha família tenho exemplos de sucesso de ambos os lados, ninguém tem nada a apontar nem a um nem a outro o que não serve de ajuda na hora de decidir.

O ensino privado não tem programas tão específicos como o público, apesar de terem de acompanhar o programa Nacional), têm mais espaço de manobra, o que faz com que se foquem mais nas matérias mais importantes e acrescentem espaço para programas livres que contribuem para o interesse das crianças.

As escolas privadas têm um horário fixo, não têm furos pelo meio, não fazem greves, não mudam constantemente de professores e têm actividades extra dentro da própria escola e tudo isto é raro ou mesmo inexistente no ensino público.

Nas escolas privadas existem crianças cujos pais têm o dinheiro que eu não tenho e que além do dinheiro necessário para os estudos podem dispender ainda mais numa série de extras para apoio escolar (caso seja necessário), actividades lúdicas para as crianças e toda a família, novas experiências e até em alguns bens matériais supérfluos 

Uma criança, cujos pais não consiga acompanhar minimamente este ritmo pode acabar por se sentir marginalizada ou ser inferiorizada pelos outros. Não está em causa o ter mas o fazer (coisas novas, passeios, viagens).

Muitas crianças também vão para o privado porque a sua zona de influência de escolas públicas é má e assim têm melhor acompanhamento. Os horários de trabalho dos pais e as deslocações a que todos estão sujeitos também são um factor determinante, assim como, a tradição.

A minha decisão foi muito difícil, ponderada e baseada nestes aspectos. O factor monetário contou bastante mas eu estava disposta a "sofrer" para ter o meu filho no Colégio que eu conheço, que eu sempre quis e onde ele entrou por mérito próprio (devido aos testes psicológicos que apresentei feitos no exterior) e não por cunha (como eu pensava) e onde a entrada é extremamente difícil para uma criança de nacionalidade portuguesa. 

Saliento que se não entrar agora jamais poderá entrar porque a língua é uma condicionante e um factor determinante. Daí também o meu dilema ser maior.

Eu pôs-me nesta posição ingrata que me tira o sono, sem querer. Com a saída do antigo director e com as tomadas de decisão a serem feitas no país de origem do Colégio tenho de pensar se acho que reúno condições para pagar a prestação na totalidade, em vez de como funcionário, ou se apesar de reunir condições não estarei disposta a abdicar de certas condicionantes que também acho importantes para o desenvolvimento do meu filho e á nossa forma de estar como família.

Decidi-me pelo ensino público.

A escolha entre público e privado passou pela qualidade das escolas públicas da área de residência porque não nos podemos esquecer que existem algumas cujo ambiente, relatos e médias são muito más e aqui isso não acontece.

O Diogo tem quem o acompanhe a nível escolar, lhe dê apoio, tempo, disponibilidade, quem lhe explique as matérias, o leve a visitas, faça experiências científicas.

Desde que não seja matemática estou cá eu com tempo e horário compatível, o pai também ajuda porque tem flexibilidade de horários e pode trabalhar em casa. A avó, uma jovem de 60 anos completamente "prafrentex", mora entre 5 a 15 minutos a pé das escolas entre o 1° ciclo e o secundário, é uma excelente companhia e o Diogo adora-a.

Quando acontecerem greves, faltas, furos e saídas mais cedo por algum motivo haverá sempre alguém que o possa ir buscar e com quem possa ficar.

Quando tiver uma dificuldade que os pais não consigam acompanhar pode frequentar uma explicadora ou um centro de estudos para ter apoio.

Consoante os seus interesses pode frequentar actividades extra-curriculares á sua escolha, desde de comece e acabe o ano (a mesma regra foi aplicada com sucesso ao meu irmão).

E nós todos poderemos ter tempo de qualidade em família sem dores de cabeça, com direito a algumas coisas supérfluas e com a esperança de conseguirmos alargar o nosso raio de acção de vadiagem e proporcionar novas descobertas e conhecimentos.

Foto retirada do Google 

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