Acredito Em Monstros!?

O Diogo diz que gosta de viver na nova casa porque ninguém grita nem implica connosco.

Ele tem 5 anos e durante o ano em que vivemos no 1° piso da vivenda só ouviu histórias de se roubarem uns aos outros, mentiram, enganarem sangue do próprio sangue. 

Eram discussões em alta voz (e não as minhas com o Luís), mentiras, intrigas, implicâncias até das pessoas que tomaram conta dele para com ele e nem sair da cama descalço para o sofá na sala ele podia porque diziam que fazia barulho. 

Escutavam as conversas á janela e nós tínhamos de sussurrar ou ligar algum electrodoméstico para conseguirmos conversar. Ouviam se entrávamos em casa, controlavam-nos directa e indirectamente.

Se ela estava em casa era difícil respiramos porque ela queria descansar e a filha queria dormir mas passava tardes e tardes fora de casa, até com a miúda doente e com otites nas festas de Verão.

Depois de me ter usado no processo de divórcio onde foi roubado pela ex-mulher e pela filha e da operação ao cancro ter corrido bem voltou-se contra mim gritava tanto, ameaçava que me ia proibir de entrar em casa (apesar de eu ter feito obras de melhoramento e pagar renda) ao ponto do Diogo já o mandar calar e puxar por mim a dizer para o deixar falar. Chegou a cortar-me a luz e queria que eu entrasse com o miúdo pela porta das capoeiras com aquilo cheio e sujo mas eu ameacei chamar a polícia.

A polícia esteve mesmo para ser chamada quando ele sequestrou o meu marido e o meu compadre dentro de casa impedindo-os de sair com as nossas coisas porque queriam ficar com tudo o que tínhamos feito e mesmo assim dos 16 mil euros investidos acabou por dar 2 mil por uma cozinha que custou 3.

Tenho muito mais histórias para contar e talvez o faça de futuro, sobre um tempo no passado, onde uma ponte foi construída  sob um mar muito turbulento e cheio de remoinhos, onde o único carro que passou foi o de uma família que se uniu cada vez mais em torno do objetivo Paz. 

Essa ponte foi construída para consolidar um Amor que se estava a despedaçar e de facto consolidou mas também trouxe a descoberta da hipocrisia, mentira, arrogância.

Nunca mais me perguntem se acredito em monstros.


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