Significado dos Objectos Natalícios

 A palavra PRESÉPIO deriva do latim praesepium, que quer dizer curral, estábulo ou lugar de recolha  e gado.
Conta a tradição católica que o presépio teve origem surgiu no séc. XIII, em Úmbria (região da Itália central). Foi São Francisco de Assis que, com a permissão do Papa, criou um presépio com figuras humanas e animais, recreando o local de nascimento de Jesus, que serviu de pano de fundo para a missa de Natal desse ano. Esta representação teve tanto sucesso, que se tornou numa referência Cristã, representativa do Natal, em quase todo o mundo.
Em Portugal, o presépio tem tradições muito antigas (por volta do séc. XVII). É colocado no início do Advento sem a figura do menino Jesus, que será posta na noite de Natal, após a missa do galo. O presépio é desmontado no dia seguinte ao Dia de Reis.
Na tradição Portuguesa, as figuras que se colocam no presépio, além da Sagrada família (S. José, Maria e o Menino Jesus), dos pastores, alguns animais e dos três Reis Magos, também encontramos figuras como o moleiro e o seu moinho, lavadeiras e outros personagens típicos da cultura portuguesa. Tradicionalmente feito de barro, podemos encontrar peças de diversos materiais, desde tecido ou madeira e até porcelana fina.

A ÁRVORE DE NATAL: O uso de uma árvore como símbolo remonta desde o segundo milénio AC. Os Indo-europeus consideravam as árvores expressão de fertilidade, prestando-lhe culto. 
A civilização Egípcia atribuía à tamareira o significado vida, representando os vários estágios da vida humana (árvore da vida). Esta era enfeitada com doces e frutas. Os Gregos usavam as árvores como “intermediários” entre o céu e a terra, fazendo através delas, reverência aos deuses. Os Romanos costumavam enfeitar pinheiros com máscaras de Baco, o Deus do vinho, para venerar o Deus Saturno, que era o Deus da agricultura, da justiça e da força. A festa era chamada de “Saturnália” e coincidia com o nosso Natal. Já na China, o pinheiro significa longevidade, enquanto no Japão simboliza imortalidade.
A primeira referência à árvore de Natal aparece no séc. XVI, na Alemanha, em Estrasburgo. No Natal as famílias costumavam enfeitar os pinheiros com luzes, flores de papel colorido, doces e frutas. Esse costume foi-se espalhando primeiro por França (séc. XIX), Inglaterra (séc. XIX), Estados Unidos e, no séc. XX, tornou-se tradição em Espanha e na maior parte dos países da América Latina.
Conta-se que a origem da Árvore de Natal foi quando Martinho Lutero, no séc. XVI, adornou uma árvore com luzes no dia de Natal, de modo a simbolizar o nascimento de Jesus, Luz do Mundo.
No início, a Igreja Cristã negou-se a adoptar esta tradição pagã. O pinheiro de Natal só passou a fazer parte das decorações natalícias nos lares cristãos há cerca de 100 anos. Quando os missionários adoptaram o costume da Árvore de Natal, escolheram o abeto, de forma triangular, para representar a Santíssima trindade, de modo a apagar a simbologia pagã associada.
Segundo a tradição alemã, ao decorar árvore de Natal, deveremos incluir doze adornos, de modo a garantir a felicidade desse lar, que passamos a nomear: 
- Uma casa, que significa protecção;
- Um coelho, que significa esperança;
- Uma chávena, que significa hospitalidade;
- Um pássaro, que significa alegria;
- Uma rosa, que significa afecto;
- Um cesto de frutas, que significa generosidade;
- Um peixe, que significa a bênção de Cristo;
- Uma pinha, que significa abundância;
- Um pai Natal, que significa generosidade;
- Um cesto de flores, que significa bons desejos;
- Um coração, que significa amor;
- Luz, que significa a vida (Cristo).

A ESTRELA DE NATAL, também conhecida como a estrela de Belém, é colocada no topo da árvore de Natal e lembra-nos a estrela que guiou os três Reis Magos até ao local onde o menino Jesus nasceu.
A estrela característica possui quatro pontas que representam os pontos cardeais (norte, sul, este, oeste) e uma cauda luminosa, fazendo lembrar um cometa. Também se usa a estrela de cinco pontas lembrando o ser humano (Cabeça, braços e pernas).
A estrela de Natal para além de ter orientado os Reis Magos, representa a Luz do Mundo, Jesus Cristo.
Como não sabiam onde se encontrava Jesus, os três Reis Magos perguntaram na corte do Rei Herodes, mas sem sucesso. Os Reis Magos, vendo surgir no céu uma luz intensa, seguiram-na, encontrando em Belém o menino Jesus. Estes ofereceram a Jesus prendas mas não voltaram à corte do Rei Herodes.


As BOLAS DE NATAL são um elemento obrigatório quando se trata de enfeitar a árvore de Natal.

Na antiguidade, a Árvore de Natal, era considerada sagrada e representava a vida e a salvação. Os seus enfeites eram constituídos por pedras e frutos, principalmente maçãs, que sendo de casca amarela, representavam os frutos de ouro existentes no paraíso.
A partir do século VI, os enfeites de Natal evoluíram: As maçãs, perecíveis, foram substituídas por bolas e outros enfeites, representando igualmente os frutos da vida. 
A tradição da colocação de bolas de Natal na árvore varia, não só no seu tamanho e cor, como no número de bolas colocadas: Em algumas famílias colocam-se somente 12 bolas (ou múltiplos de 12) em representação dos 12 apóstolos. Noutras colocam-se 33 bolas para lembrar a idade de Cristo aquando da sua morte na terra. Há ainda quem coloque 24 a 28 bolas, uma a uma, de modo a acompanhar cada dia do advento (primeiro tempo do ano litúrgico, antes do Natal). 
Em certas ordens religiosas, as bolas de Natal representam orações para o período do Advento, e cada cor tem o seu significado: Bolas azuis representam orações de arrependimento, bolas prateadas representam orações de agradecimento, as bolas douradas, orações de louvor e as vermelhas, orações de prece.

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