Dia da Família

Na escola pediram para fazer uma Árvore Genealógica, pesquisei algumas e o Diogo escolheu a sua misturando 2 ideias mas acabou por não ajudar a fazer nada, a não ser a escolher as cores, talvez por preguiça por causa do calor que se fez sentir.

De facto é uma bonita árvore mas é uma árvore hipócrita.

Destas pessoas todas só 4, incluindo o pai e a mãe é que têm contacto directo com o Diogo, além do cão, que ele fez questão de acrescentar porque faz parte da família.

Da parte do pai, ele raramente vê os irmãos ou fala com eles, que também nunca o procuram e nunca os tinha associado ao conceito de irmãos mas parece nem querer dar a mínima importância ao caso e fez questão de os pôr na Árvore. 

O irmão do pai seguiu o mesmo caminho,. O Diogo sabe que é tio, viu-o raras vezes, nunca lhe deu nada, nem eu nunca soube se tinha tido um mínimo de preocupação em relação ao menino mas é tio e o menino quis que ele tivesse um espaço na Árvore.

Com os avós paternos vai tendo alguma ligação, primeiro por necessidade do pai ,que meteu os pés pelas mãos e não tinha com quem o deixar em Agosto do ano passado, durante a manhã e agora porque também eu insisto um pouco porque o pai vai lá de carro 1x por semana e acho que uma visita de médico para dar um beijinho não faz mal a ninguém. Fizeram-me mal, chegaram a fazer recentemente mal ao próprio filho, que ficou profundamente magoado, mas tal como os irmãos e o tio não aquecem nem arrefecem na relação com o menino mas lá se vão mostrando interessados, talvez não tanto quanto o desejassem por causa da idade e das graves doenças.

Da minha parte, é a velha história que todos sabemos de mentiras, roubos, traições, etc etc até ao ponto do menino ter assistido a coisas que ainda hoje lhe fazem confusão e por isso não quer falar com ninguém mas tem saudades da prima e acabou de saber que tem uma nova priminha. 

Mesmo assim, por respeito a serem família, e por respeito a terem cuidado do menino dos 6 meses aos 3 anos nunca proíbi o menino de os ver, nem com os últimos graves acontecimentos, mas o pai não o quer sozinho com eles porque por várias vezes ouvimos conversas a tentar obter informações de forma subversiva, ora pessoalmente ora por telefone (porque o meu pai se esquecia de o desligar) e assim sendo é bastante difícil conciliar a nossa disponibilidade com a deles, mesmo tendo a minha mãe se oferecido para acompanhar o menino.

Como sabem a minha mãe vive connosco e o meu irmão foi trabalhar para Dublin mas fala bastante com o menino porque existe o whatsapp que parece não existir para mais ninguém na família a viver dentro ou fora de Portugal.

Mas se pensam que isto me tira o sono enganam-se porque se é para ter paz, harmonia, tranquilidade, amor e equilíbrio  e esta é só a família  genealógica que devo ter então sou a pessoa com a família mais espectacular do Mundo. 

Já não sofro, nem luto contra Adamastores porque cheguei a uma idade e a um ponto na vida em que estou cansada e já não quero atravessar mares revoltos para descobrir e lutar por relações com pessoas que não estão abertas a outros conhecimentos e diálogos. 

Acho que mais cedo ou mais tarde todos acabamos por encontrar este caminho e chegar a esta conclusão. 

Agora espero, só espero... 

...chegar aquele dia em que o Diogo me vai dizer: Mãe, falta aí a Gaby. O miúdo adora a tia que até mesmo de Dublin fala mais com ele do que quem mora já aqui ao lado.




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