Há-de vir alguma coisa positiva

Quero quer que se duma Rocha brota e cresce uma árvore também do Mundo advirá alguma coisa positiva.

A Esperança arrasta-se já á dois anos e a luta tem sido constante em detrimento da minha própria saúde, mas a determinação de separar o meu filho desta triste realidade e dar-lhe a infância a que tem direito, tem-me feito prosseguir, dar mais um passo mesmo naqueles dias em que dói ficar parada e dói andar. 

Já me deixei devorar pelo medo e consumi os meus pensamentos numa ambulância e nas visitas ao hospital. Hoje baloiço entre a fé, a esperança e a oração de que isto não vai ser assim, não pode ser assim. Aprendi a não me deixar atropelar pelos meus pensamentos e a gritar bem alto o que sinto, o valor que dou á vida, ao amor e á liberdade, sem medo. Nunca tive puro medo mas vibrava na incerteza do futuro que idealizei para o meu filho e nesse futuro existia a opção de escolha. A imposição de uma escolha directa ou indirectamente imposta não têm espaço.

Ainda estou perdida, insegura e guardo a incerteza mas não perdi a minha sombra, sei quem sou e o que quero para nós. O silêncio do futuro não me retirou a luz que ainda vive em mim porque tu, meu filho, és a minha chama e quero que tenhas um caminho digno de se percorrer neste Mundo.