Estalagem do Marvão


A recepção na estalagem não podia ser mais educada, informal e familiar do que foi. Fiquei com a sensação que todos os hóspedes são família e fazem parte da casa. Eles gostam de toda a gente, toda a gente gosta deles e a casa agradece.

Um dia a chamar o frio e com muita chuva à mistura fez com que a lareira fosse acesa para aquecer a estalagem porque os nossos corações seriam aquecidos com a informação que iriam deixar uns chás à nossa disposição. Descemos logo à mercearia para comprar bolinhos. Adivinhámos que iria haver necessidade de alimentar a barriga e confortar a alma. 

Paredes com mais de 1 metro de grossura só deixavam adivinhar o que se passava lá fora pelas pequenas janelas daquele espaço acolhedor. Um quarto com uma enorme cama de casal e outra de corpo e meio (além do berço) confortável, espaçoso, familiar e despretensioso convidava a um bom descanso mas estávamos ali para conhecer o castelo e antes que começasse outra carga de água fomos à descoberta. 

A trovoada provocou-nos constantemente enquanto estávamos no castelo e à saída os relâmpagos lembraram-nos o que nos esperava já ali, ao fundo da rua. A chuva começou a cair forte mas àquela curta distância já ouvíamos a água a borbulhar para o nosso chá, já sentíamos a roupa a secar e o cheirinho a pinheiro queimado que invadia o 2º piso da estalagem...

... e estávamos em casa, como sempre estivemos todo tempo que ali estivemos.




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