Castigos

Evito castigar o Diogo, ás vezes esqueço-me, mais por hábito de convensões impostas no subconsciente, do que por convicção.

O castigo tem de ser em função da idade, da asneira e ser imediato. Não o vou castigar sem ver tv se ele partiu um prato porque estava a brincar á mesa e eu já o tinha mandado parar - a causa tem uma consequência directa e neste caso poderia ser ficar sem 1 moeda para se comprar outro prato, comer em prato de plástico (como os bebés) ter de lavar a loiça á mão, etc.

De qualquer forma melhor que os castigos são as opções, ou seja, tento dar-lhe opções de emendar a asneira ou perguntar-lhe qual é a solução que ele tem para remediar o disparate. 

Ex: ontem ele fez birra porque dizia que eu tinha de o ajudar a despir e vestir o pijama, ora, eu não faço isso em dias que não existem actividades - isto também foi acordado com ele. Ele começou a mandar vir que eu não mandava nada, que quem mandava era ele e blá blá blá (cenas de miúdos) e eu com a maior calma do mundo (por fora) disse-lhe que não o ia despir e vestir porque não fazia parte do nosso acordo e perguntei-lhe como é que ele queria resolver a situação. 
Como ele não tinha solução eu apresentei uma: se não te despires e vestires vais dormir com a roupa da rua e amanhã vais assim para a escola e nem as cuecas mudas. Mas tu não mandas nada dizia ele e eu respondia que: 
- Não estou a mandar, tu fazes o que queres dentro das soluções que te apresento já que tu não tens nenhuma para apresentar. Ou pijama e roupa lavada ou ficas assim e vais assim para a escola. 

Melhor que castigar alguns comportamentos é dar ás crianças soluções ou obriga-las a tê-las para emendar os seus erros. 

Quando nós erramos ninguém nos mete de castigo, cabemos decifrar o erro e emenda-lo (se formos pessoas educadas, conscientes e também preocupadas com os outros) e para mim essa oportunidade deve ser dada ás crianças. 

Ela errou, temos de dizer-lhe isso, explicar o erro e depois dar-lhe ferramentas para o emendar. 

Até podem ser modernizes mas, para mim, uma criança com orelhas de burro ou virada contra a parede não vai aprender nada. Eu não aprendi com os castigos, porrada e espancamentos que levei e por isso esforço-me por ter outra dinâmica e forma de pensar porque o mais fácil (para mim) e o.que conheço é o castigo e a palmada.

Se já levantei a mão ao Diogo!? Sim, mas sofri e chorei muito, mesmo muito. Sentia-me um monstro, uma péssima mãe, alguém sem autoridade, com medo e vi o horror e a incredulidade nos olhos do meu filho. Foi o meu pior pesadelo.

Emendei o meu erro. Procurei e procuro constamente soluções para lidar com ele e com os variados desafios que ele me apresenta porque nem tudo o que se lê nos livros é aplicável, é aplicável a qualquer criança e ser pai ou mãe é mesmo desafiante.

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