Campismo Ponte Saltos
A ideia era ir descansar mas na bagagem tínhamos três sítios que pretendíamos visitar e dar a conhecer ao Diogo, só que o Diogo viu onde estava e o ambiente que o envolvia e do alto dos seus 8 anos juntou-se ao pai num complô contra a mãe e disse que dali não saía mais - ainda negociei com sucesso uma ida a uma cascata onde acabámos por ver cavalos selvagens.
O parque de campismo situa-se em Vilar da Veiga no Gerês. Saiu uma porta e tenho o rio com água por vezes muito quente, sempre limpa e com pé por largos e largos metros, como não tem corrente é ótimo e seguro para crianças.
Saiu outra porta e tenho as minhas cascatas privadas, como lhe chamamos. Um forte e ensurdecedor curso de água muito limpa e fresca, com alguns espaços ótimos para mergulhar e bastante sol pela manhã.
O parque de campismo é pequeno mas está bastante limpo e todos os funcionários são simpáticos. Tem imensas árvores e sombras, churrasqueiras, minimercado e café.
A zona das caravanas é a mais pequena e sossegada mas mesmo assim nos vários espaços para tendas podemos ver que o som não se propaga facilmente dependendo do sítio que se escolhe. O fim-de-semana foi muito mais movimentado e obviamente barulhento mas as regras do silêncio na sua essência foram cumpridas.
Existem espaços tanto de campismo como de caravanismo onde se ouve tão bem a água a correr que não existe música que lhe resista.
O tempo acabou por passar tão lentamente quanto o sopro das árvores e 24h depois já existia a saudade. Sem dúvida um lugar que recomendamos.
O Diogo foi um lagarto ao Sol, um peixe dentro de água. Horas a boiar, a brincar, a ouvir o barulho da água e o som do vento. Pequenos almoços de ovos estrelados, almoços de piano, um gelado e vários mergulhos.
Lembro-me daquelas histórias que se falam de como as crianças detestam estar aborrecidas e invento de caçar bichos, jogar jogos de tabuleiro, fazer pulseiras, corridas de colchões de ar onde ganha o último a chegar sem pôr os pés no chão. Pelo caminho oiço:
- Mãe, olha ali.
Uau uma lontra... E ficamos ali, "aborrecidos" no tic tac dos raios solares que não vimos passar, no corpo que não sentimos gelar.
- Xiuuuu. Tem de ser como no National Geographic para ela não se assustar. - diz o Diogo.
E ela vai e vem, mergulha e olha para nós e nós vamos-nos aproximando e percebendo que poderá estar a carregar filhotes para um local mais alto. Ela não quer saber de nós mas nós vivemos cada segundo com paixão. Estamos com ela dentro de água e ela está a 1 metro de nós.
Olhos que brilham... Quais olhos? Os meus ou os do Diogo?
Magia pura magia ao som do tic tac dos raios solares que há muito estão escondidos pelas árvores.
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